No final de semana passado, Sábado e Domingo Gordos na tradição do Carnaval, aconteceu o Zé Pereira em Timon. Festa tradicional onde pobre e ricos, com abadás ao invés de máscaras, escondem as amarguras e esbanjam alegria nos dois dias de festa.
No corredor onde os trios elétricos vão e voltam, muitos acompanham de pés no chão. E numa estrutura imponente, na empáfia que lhes é peculiar, a prefeita Socorro e o marido Sétimo Waquim, assistem a festa dos “Zés Manés” de cima, nos camarotes. Longe do cheiro e do toque do povo.
Se os “Zés Manés” fedem eu não sei. Mas os donatários do poder da cidade devem pensar que lama, medo de ser assaltado e falta de salário não devem deixar um bom cheiro. Assim, até os convidados da prefeita se penduram em camarotes para se distanciar do povo, como foi o caso do deputado Edilázio, apoiado por Socorro e companhia.
Mas na contra-mão do esquecimento está o deputado Luciano Leitoa. Mais de 30 mil tiomeneses já haviam dito, nas urnas em outubro passado, que lugar de político é ao lado do povo. Que político que se distancia das bases deixa de ser político para se tornar funcionário público. Assim, demonstrando ser do povo e estar com ele, Luciano brincou o Zé Pereira ao lado de quem lhe apóia.
Dizia Raul Seixas que um sonho dividido com várias pessoas pode se tornar realidade. Vejo nessa postura peculiar do deputado estadual Luciano Leitoa, nessa manutenção da proximidade com o povo, um ponto positivo nas suas pretensões políticas futuras.
O povo sabe que aquela que lhe chama de “Zé Mané” dificilmente se aproximará dele sem interesse. E no futuro carnaval das urnas talvez os “Manés” toquem, para que a Socorro dance.
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